1.Museu do Prado
Madri
Inaugurado em 1819, o Museu do Prado é um dos mais importantes da Espanha e do mundo. Junto com o Museu Thyssen-Bornemisza e o Museu Rainha Sofia ele forma o "triângulo da arte" em Madri.
O Museu Nacional do Prado é um dos mais importantes da Espanha e do mundo. Junto com o Museu Thyssen-Bornemisza e o Museu Rainha Sofia forma o "triângulo da arte", em Madri.
Inaugurado em 1819, o museu foi construído pela monarquia espanhola que desejava ver, na capital do país, símbolos do progresso que tomava conta da Europa. A área do Passeio do Prado é arborizada e cercada por fontes como a das Cibeles, a de Apolo e a de Netuno, todas inspiradas em temas clássicos, assim como o edifício, de estilo neoclássico.
A construção e as obras que ela abriga sobreviveram sem grandes danos à invasão de Napoleão (que o utilizou como estrebaria e quartel general), à Guerra Civil Espanhola e à Segunda Guerra Mundial.
Atualmente o acervo do museu é composto por mais de 17 mil obras de arte e os dois artistas mais bem representados pela instituição são Velázquez e Goya. O Prado possui a mais importante coleção de arte espanhola do mundo, seguida em importância por sua coleção de arte italiana e flamenga.
É possível realizar uma visita virtual pelo museu, que disponibiliza gratuitamente mais de 2.000 obras em alta resolução. A iniciativa é única no mundo e a intenção é que ao longo do tempo esse número seja ampliado cada vez mais para agregar o acervo completo da instituição.
A construção do prédio data do final do século 18 quando Carlos 3º, rei da Espanha, fez planos para transformar Madri numa capital bela e moderna. Em 1785 ele ordenou a Juan Villanueva, arquiteto real e um dos mais célebres ícones do estilo neoclássico na península ibérica, que projetasse um edifício no Prado de São Jerônimo para abrigar o Gabinete de História Natural e a Academia de Ciências.
O Museu do Prado só foi inaugurado 34 anos depois. O atraso se deu, entre outros contratempos, em função da invasão da Espanha por Napoleão, em 1808. Os franceses invadiram o prédio, que já estava com o exterior concluído, e o utilizaram como estrebaria da Cavalaria Napoleônica e quartel.
O acervo espanhol também não escapou dos saques: a Comissão Imperial de Sequestros de Napoleão enviou a Paris 50 quadros confiscados de personalidades espanholas e partidários de Fernando 7º, então rei da Espanha. Os espanhóis também saquearam o prédio depois da expulsão dos franceses. Precisavam de material para reconstruir as casas danificadas no conflito.
Com o passar do tempo, a finalidade do edifício foi alterada. Fernando 7º, neto de Carlos 3º, foi incentivado pela rainha Maria Isabel de Bragança, sua esposa e grande amante das artes, a destinar o prédio para a criação de um Museu Real de Pintura e Escultura.
A inauguração foi realizada em 19 de novembro de 1819 com 311 obras expostas e mais de 1.500 no acervo, que foi formado a partir das coleções dos monarcas e nobres espanhóis.
Com o fim da monarquia dos Bourbon, em 1868, e a expulsão da Rainha Isabel 2ª, os bens da coroa espanhola foram nacionalizados e o museu assumiu seu nome definitivo: Museu Nacional do Prado.
Tanto a coleção como o número de visitantes do Prado cresceram muito nos séculos 19 e 20. Por essa razão, o prédio foi submetido a sucessivas ampliações e o edifício original, Villanueva, incorporou o Casarão do Bom Retiro e o Palácio do Bom Retiro, que desde 1841 funcionava como Museu do Exército.
Desde 2003 o Museu recebe mais de dois milhões de visitantes todos os anos. Seu acervo atual é composto por 7.600 pinturas, mil esculturas, 2.400 gravuras e 6.300 desenhos, além de um grande número de documentos históricos e artigos decorativos. Pouco menos de mil peças são exibidas no Prado e cerca de 3.100 estão emprestadas para diversos museus e instituições de todo o mundo.
O Museu do Prado tem a mais importante coleção de arte espanhola do mundo. São mais de 4.600 pinturas que datam desde o período romanesco até o século 19. Francisco Goya y Lucientes (1746-1828) e Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (1599-1660) são os artistas mais bem representados no acervo do Prado.
Cerca de 50 pinturas de Velázquez, incluindo as suas maiores obras-primas, fazem parte da coleção do Museu. "As Meninas", o quadro mais famoso do pintor, retrata a infanta Margarida Teresa de Habsburgo, filha de Filipe 4º, acompanhada por suas damas de companhia, uma anã e uma criança que mexe com um cão. O curioso é que Velázquez fez seu autorretrato no canto esquerdo do quadro, que hoje é um dos mais concorridos nos corredores do Prado.
A coleção de Goyas do Museu também é muito rica. São mais de 140 pinturas que permitem acompanhar a evolução do artista começando por quadros claros, passando pelo intenso contraste entre o claro e o escuro e terminando numa fase mais escura, com as chamadas "pinturas negras". Goya realizou essa série de 14 pinturas de temas sombrios nas paredes de uma sala de sua casa e elas foram transferidas para o Prado preservando a sua disposição original.
Também fazem parte da coleção os sensuais quadros "A Maja Nua" e "A Maja Vestida" e obras da fase política de Goya como "Os Fuzilamentos de Três de Maio", que retrata o massacre de espanhóis pelo exército de Napoleão.
As imagens dramáticas e escuras de Goya foram referência para os pintores expressionistas e surrealistas, assim como as obras de Hieronymus Bosch (1450-1516), pintor flamengo cujo quadro mais famoso, "O Jardim das Delícias", está exposto no Prado. Bosch, que era conhecido como "El Bosco", é um dos destaques da coleção flamenga que inclui Peter Paul Rubens, Van Diyck, Van der Weyden, Rembrandt e Jan Breughel.
A escola italiana está representada por grandes obras de Fra Angelico, Rafael, Tintoretto, Bellini, Ticiano e Caravaggio.